Pontos Gatilho ou Trigger Points – O que são?

O interior do nosso corpo é coberto com um tecido chamado fáscia. Este tecido cobre toda a nossa estrutura incluindo órgãos, músculos, nervos e vasos sanguíneos.

A fáscia que cobre os nossos músculos chama-se miofascia e muitas vezes quando tem um uso excessivo geram-se zonas de maior tensão que se tornam difíceis de relaxar. Estas zonas são chamadas de pontos-gatilho e detectam-se aquando da palpação, onde a dor ao passar por essa zona é muito evidente e impede que os músculos tenham um funcionamento normal havendo um decréscimo na amplitude do movimento, havendo rigidez e tensão nos músculos.

Os pontos gatilho podem estar ativos ou latentes. Se o ponto gatilho estiver ativo é sempre doloroso ao toque, levando à perda de força muscular e de amplitude de movimento podendo haver uma dor referida, que consiste na manifestação de dor longe do local do ponto gatilho. Por exemplo, quando o músculo na parte superior de seu ombro (trapézio) tem um ponto de gatilho poderá ter uma dor referida no pescoço, ou podendo ate causar dores de cabeça. Pontos-gatilho miofasciais ativos nos músculos do pescoço e ombro são uma fonte comum de dor de cabeça. Se o ponto gatilho estiver latente poderá ser indolor durante as atividades normais, porém sensível à palpação, podendo ser ativado quando o músculo está estirado, fadigado ou lesionado.

Os pontos gatilho podem estar associados à Síndrome de Dor Miofascial (SDM), também chamada de dor miofascial crônica, condição dolorosa que afeta os músculos esqueléticos, as fáscias associadas, tendões e ligamentos. A dor pode acometer um músculo ou um grupo de músculos e piora com atividade ou esforço. Além de sofrer com as dores locais ou irradiadas da síndrome, os acometidos também podem sofrer de depressão, fadiga e distúrbios comportamentais.

Os pontos gatilhos podem acontecer como resultado de:

Movimentos repetitivos ineficientes, más posturas devido aos nossos estilos de vida sedentários, rigidez muscular devido ao stress, lesões traumáticas, tensão, rupturas, lesões desportivas e podemos até desenvolver pontos gatilho estando em repouso (muito tempo deitado/sentados em más posturas).

Segundo Maurício (2007), o tratamento pode ser dividido em 3 fases:

– Inativação do ponto-gatilho: que é feita por injeção de anestesia ou solução fisiológica salina, acompanhada de alongamento e calor. Ou com terapias manuais, como: pressão dos pontos-gatilho, fricção profunda e alongamento do músculo.

-Reabilitação muscular: recuperação da amplitude de movimento, e fortalecimento muscular, através de alongamentos, analgesia (utilizando aparelhos eletroestimuladores), reeducação postural, acupuntura, aplicação de calor e cinesioterapia, que é a terapia com movimentos que vai tornar possível o fortalecimento.

– Remoção preventiva de fatores perpetuantes: que nada mais é que a educação do paciente sobre a prevenção, e como agir caso aconteça novas crises. Atua na parte psicológica do paciente.

Poderá não ser possível tratar todas as dores, pois existem aproximadamente 400 músculos no nosso corpo, mas podemos adotar algumas medidas para tentar prevenir este problema. Medidas essas que passam por utilizar uma melhor postura no dia-a-dia, fazer exercício regularmente, ter uma alimentação saudável, alongar bastante, fazer auto libertação miofascial.

Aqui estão alguns exercícios de libertação miofascial:

Aqui fica uma explicação acessível acerca desta temática: